Ilheense põe a mão na massa e vira sensação na venda de abará congelado

Ana Viviane e o abará que virou bom negócio
JBO

Graduada em Administração de Empresas, Ana Viviane Farias, de 41 anos, sempre atuou na área de vendas de confecções e jóias no comércio de Ilhéus, no sul do estado. “Sempre me sai bem como vendedora”, garante. E foi meio por acaso que, há dois anos, Ana Viviane parece ter encontrado o caminho do sucesso. Colocando, literalmente, a mão na massa.

Baiana de Ilhéus, Ana Viviane queria fazer uma surpresa para o irmão que acabara de chegar de viagem. Procurou um amigo e pediu para acompanhar o preparo de uma receita de abará caseiro, uma especialidade dele. Para além de levar para casa uma das especiarias da culinária baiana, Ana Viviane levou, também, uma idéia. Porque não transformar a iguaria baiana em uma forma de complementação de renda? “O problema é que logo percebi que não iria atingir meu objetivo, vendendo de dois em dois abarás”, revela. Tanto que desistiu da idéia e voltou a atuar apenas no comércio local.

Até três meses atrás, Ana Viviane vivia apenas do salário em uma construtora. Quando viu a situação financeira apertar, relembrou do projeto do abará. Era preciso, então, descobrir um diferencial para o seu produto. “Decidi pelo abará congelado, facilitando a vida das pessoas que não têm tempo para ir até uma baiana do acarajé e dei a elas a opção de ter um produto de qualidade em casa”, explica.

O sistema de cozimento é simples. Basta esquentar em uma panela a vapor e pronto. Além do “abará normal” ela ainda resolveu inovar, criando um abará com recheio de aratu, sensação entre os consumidores. Um pacote com dez unidades custa 10 reais. Conservado no congelador, o produto pode durar até três meses. A facilidade apimentou o negócio. “O que acho mais interessante é que não fiz um comercial sequer. Postei na rede social e o negócio se espalhou entre os meus amigos e os amigos deles”, comemora.

De fato, os números não a deixam mentir. Na primeira semana, a produção foi de 300 unidades. Na segunda semana, dobrou. Hoje, já ultrapassa a mil unidades. Ana Viviane tem fregueses assíduos e alguns chegam a comprar até 300 unidades, de uma só vez. “São pessoas que têm casas de praia e compram como tira-gosto para os finais de semana”, revela. O negócio está dando tão certo que o “Abará Amado”, nome escolhido por ela, já é consumido em diversas regiões do Brasil. “Muita gente de fora também está comprando”, revela.

A administradora tem algumas metas a cumprir nesta alta estação. O primeiro passo é, a partir de dezembro, produzir 1.600 unidades por semana. Para dar conta da demanda, Ana Viviane resolveu deixar o emprego na construtora e se dedicar exclusivamente à produção do abará congelado. “O verão será meu termômetro. Farei disso um grande negócio”, projeta. O sonho de Ana Viviane é ver o seu produto nas prateleiras de supermercados, padarias e delicatessens. Para agregar valor, a empresária também já está produzindo outra iguaria baiana: o vatapá. 250 gramas custam 3 reais. O próximo passo é criar uma embalagem especial para o produto. “Claro que a praticidade é um fator importante a meu favor. Mas o sabor também é um diferencial que me faz acreditar no meu produto”, reconhece a administradora de empresas, entusiasmada com a escolha que fez.